Sim, em meio à maior crise sanitária já vivida no Brasil, enquanto nos faltam políticas para assegurar direitos mínimos à saúde, educação, habitação e alimentação, há um Projeto de Lei tramitando na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo – ALESP (PL 504/2020), de autoria da deputada estadual Marta Costa (PSD), que visa proibir “em todo o território do Estado de São Paulo, a publicidade, por intermédio de qualquer veículo de comunicação e mídia, que contenha alusão a gênero e orientação sexual, ou a movimentos sobre diversidade sexual relacionados a crianças e adolescentes”.
Um tremendo retrocesso, que pode ser votado e aprovado a qualquer momento.
Pensei que não poderia deixar de falar sobre isso, não apenas porque durante minha formação em Psicologia me dediquei aos estudos das áreas de gênero e sexualidade, mas porque dentro da ética da minha profissão, é princípio fundamental a defesa intransigente dos Direitos Humanos.
Por ser uma profissão que se debruça sobre a subjetividade humana, é necessário entender a profundidade dos processos de construção das identidades, e as influências sociais, culturais e históricas deles.
Não vermos pessoas LGBTQIA+ nos comerciais é uma forma – dentre muitas outras – de não a fazermos pertencer. E o que acontece com uma pessoa que não se sente pertencente?
Pessoas LGBTs não são má influência!
Fiz um post em vídeo no Instagram falando melhor sobre esse assunto:
Segue a sugestão de alguns perfis que produzem conteúdos sobre gênero e sexualidade no Instagram, pra quem quiser ver e escutar mais sobre o assunto:
Referências:
- Paulo Vitor Navasconi. Vida, adoecimento e suicídio: racismo na produção do conhecimento sobre jovens negros/as LGBTTIs. Belo Horizonte: Letramento, 2019.
- Fernando Silva Teixeira Filho & Carina Alexandra Rondini. Ideações e tentativas de suicídio em adolescentes com práticas sexuais hétero e homoeróticas. Revista Saúde e Sociedade. São Paulo, v. 21, n. 3, pp. 651-667. 2012.