Por que nós psicólogas, psicólogos e psicólogues falamos tanto da importância de fazer terapia?
Pra quê as pessoas precisam disso, se elas podem fazer outras coisas mais legais, mais rápidas e até mais baratas pra se sentirem bem?
Terapia é só sobre sobre se sentir bem ou mal?
Realmente, existem várias coisas que podem nos fazer bem, porém nada substitui um processo terapêutico. Inclusive é preciso tomar cuidado com práticas que oferecem o caminho mais curto para ficar saudável – seja mental ou fisicamente.
Se ficamos procurando maneiras de afogar nossas dores e angústias, sem olhar para elas com profundidade e cautela, e com a ajuda de um profissional qualificado, uma hora elas podem provocar verdadeiras enchentes dentro de nós.
Geralmente, é nessas horas que nosso corpo fala também: aparecem as ansiedades, depressões, gastrites, problemas na pele, intestino preso/solto, pensamentos obsessivos, insônias, dores na coluna, compulsões, timidez…
O que será que tudo isso quer dizer? O que nosso corpo quer dizer?
Fazer terapia de fato não é algo fácil e gostoso o tempo todo (embora possa ser também!), porque ela nos faz lembrar e re-experienciar muitas dores.
Porém, é apenas por meio dessa experiência que conseguimos construir dentro de nós os recursos para encarar as próximas marés, sejam elas altas ou baixas.
E o terapeuta está lá, te acompanhando, presente de corpo e mente, segurando sua mão – pra que você não se afogue.
Necessidade vs. Desejo
“Terapia não é questão de necessidade, é questão de desejo.”
Dirceu Duarte
Ouvi essa frase assistindo a uma live do meu querido amigo Dirceu Duarte Gomes e ela ficou ecoando em mim de uma forma que quis expandi-la aqui pra esse espaço.
Uma das coisas que ouço com frequência, por ser terapeuta, seja dos meus pacientes, colegas ou familiares, é que eles ou determinada pessoa “precisa” fazer terapia.
Veja bem, desse jeito a terapia é colocada como algo que “serve para” solucionar algum problema, que geralmente tem causa externa e, assim que o problema estiver resolvido, pronto, a “necessidade” daquele processo acabou.
Além de reduzir o processo terapêutico a algo que vem pra “curar” algo que está errado, desviante, anormal.
Entender a terapia como algo que fazemos por desejo muda completamente a forma como olhamos para ela e para nós mesmas e mesmos:
“Eu faço terapia porque desejo me conhecer melhor e trabalhar minhas vulnerabilidades e potências”
é diferente de
“Eu faço terapia porque preciso colocar a saúde mental em dia”.
Em uma das frases temos entrega, consciência e querer. Na outra um checklist, uma obrigação e desconexão.
Se esse texto fez sentido pra você ou se quiser conversar sobre suas dores, me manda uma mensagem!
Créditos da imagem: @luspider
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